Posso ainda versar a vida

Sentimentos e devaneios que traço no presente,

Quantos sonhos a mente atentará sonhar ainda,

Que importa a distância se toda existência finda,

Se o que resta entre as paredes é o que se sente.

Não posso dar a vida ao que me prende dentro,

O amor,as paixões dos sentidos,tem livre árbirio,

Na alma incansável que falta força é só delirio,

Escrevendo as palavras resumidas de incontento.

Querer o que nao cabe si mesma é seu intento,

Preciso encontrar o signo e siso sem tormento,

E arrancar do peito as dôres da cruel tormenta.

Mas se o coração ainda de fato nos conduz,

Tôda prova depois de degustada ainda seduz,

Os cordeis minha história fizeram-se fortaleza.