Soneto Maldito I
Numa sala vazia do inconsciente,
Há um vulto imbuído de maldade.
Vagando entre sonhos, veemente,
Maquinando desejos de crueldade.
Cuspindo fogo e gelo entre os dentes,
Sorrindo com máscaras de falsidade.
Fitando, odioso, com olhos pertinentes,
Os pobres, perdidos de honestidade.
E os templos sagrados vão aos ventos...
Deixando nos pobres muitos tormentos
Que, endoidecidos, rendem-se à maldade.
Vagueando, perdidos, deficientes...
Cegos... pobres filhos, inocentes
De um pai, que é o pai da crueldade.