O EREMITA
Após tudo acabar, vi-te ir embora,
nem um sorriso, nem um abraço... Quanta frieza!
Acompanhei teus passos pela estrada afora,
tentando esconder em vão minha tristeza.
Os olhos marejados de tanta agonia,
anunciavam aflitos a solidão por vir,
enquanto os teus envoltos em euforia,
esperavam afoitos o instante de partir.
O vazio na cama , tua ausência na rede,
o apagar da chama, a foto na parede,
e tudo mais que ficou na lembrança.
O silêncio que trava o meu olhar na porta,
buscando resquícios da esperança morta,
e aborta a saudade até onde a vista alcança.
Saulo Campos
Itabira MG