SUFOCAÇÃO

Esses meus pálidos caminhos ermos,

de escuridões, crateras, rumos tortos,

de sepultados frágeis sonhos mortos,

das agonias desses dons enfermos...

Esses trajetos cegos dos meus termos,

minha erva brava cultivada em hortos

inférteis, secos dos meus desconfortos

e o “termos” sempre sufocando o “sermos”...

As surras brutas do destino, as sanhas

que sangram fartas em lesões tamanhas

abafam meus bramidos de vergonha.

Minha metade em fogo, em brasa e lenha...

Outra metade presa em densa brenha...

E a vida me assombrando assim, medonha!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 13/06/2011
Código do texto: T3031349
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