SONETO A UM ERUDITO
Odir, de passagem

Você aí, que pensa ser bem mais
do que poetas tantos, como eu,
que não me vejo em livros, nem jornais,
a quem a fama nunca aconteceu;

Você que apenas lê o que escreveu,
pois não se presta a ler versos banais,
que nos seus próprios versos se perdeu
e que se perde em si cada vez mais.

Você que força a fama de erudito,
fazendo-se credor de ser esteta,
elogiando o estro a cada escrito.

Você, por mais que tente, não me afeta,
pois instruído não me tenho dito,
mas tive a dita de nascer poeta!

JPessoa/PB
10.06.2011
oklima
Enviado por oklima em 11/06/2011
Código do texto: T3028891
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