Soneto das Rosas

Não, não é preciso temer. Te juro.

Acredite em mim: essas coisas são inválidas.

Porém, ferem mais que cem navalhas

Que rasgam a carne e me deixam sempre impuro.

Não cabe a nós, no entanto, lamentar.

O importante é saber usar e rebater

As críticas e as dificuldades que hei de ver

Quando antes de dormir eu me perguntar

Se essas rosas não têm mesmo espinho.

Temo minha resposta, visto que ouves

As preces que te faço com carinho

E as mágoas que um dia sei que soubes.

Mas prometo, Maria, são só rosas que apinho

Que não ferem, mas também não são louvores.