EM MEIO AO SERTÃO
É noite calada em meio ao sertão
De dia o calor açoita o peão
De noite é frio nessa imensidão
A tristeza do choque quebra o coração.
Num mar de estrelas afoga solidão
O fogo ateia esquenta o varão
Apeia o jumento toca o violão
poesias vagueiam em meio ao torrão.
De solo rachado pobreza do cão
verseja cordéis entra em comunhão
com Deus lá no céu, sem chuva no chão.
O gado que seca sem ter sua ração
crianças que brincam com a foiçe na mão
do olho seca meu choro em meio ao sertão.