Soneto do Contraste

Tomada de emoção e cheia de graça,

Descontraidamente destraída,

Domina a razão da minha vida

E a barreira do amor ela ultrapassa.

São traços belos, coisa de outro mundo.

Não posso e nem devo almejá-la.

Porém, meu corpo escuro já a exala,

Me dizendo as coisas as que sou oriundo.

Palavras estão presas na garganta

Àquela que me tira o sossego.

É Maria, com graça como a santa,

Que diz ter por mim um forte apego.

E sua pele doce, macia e branca

Ama profundamente esse ser negro.