Sombras da Noite

Sombras da Noite

Jorge Linhaça

Sombras da noite que envolvem minh'alma

Como um açoite, um abraço fatal

Qual um vendaval, tirando-me a calma

A dor s'espalma com fúria mortal

Lev'em meu bornal coroas d'espinhos

trapos de linho no tempo poídos

Meus pés doridos, descalços em vinho

Pisam caminhos, há muito feridos

Sou seresteiro, qual rei do cangaço,

Tudo qu'eu faço é dar voz aos mudos

Gritand'ao mundo , barulho eu faço

Tentando abrir os ouvidos já surdos

Que nesta vida só dançam nos passos

Dos que se julgam senhores do mundo

Arandu, 8 de junho de 2011

20:30 hs