NOVOS RUMOS
Fagner Roberto Sitta da Silva
"Não importa que a tenham demolido:
A gente continua morando na velha
casa em que nasceu."
Mario Quintana (1906 - 1994)
Alguma coisa deve ter desmoronado
dentro do peito... Sinto o ruir de pilares,
de toda a minha torre antiga de cantares,
que sustentavam todo o meu pobre passado.
O quarto de criança, o que tinha os lugares
prediletos, está hoje desfigurado...
Assisto ao meu desmonte, assim triste e calado,
e a lembrança da casa se foi pelos ares...
Já nem quero passar naquela rua que antes
guardava a minha infância, todas as memórias
sempre queridas, as lembranças mais distantes.
Terei agora que compor em meu caminho
diversos rumos, diferentes trajetórias,
a desviar de escombros por ora sozinho...
Garça (SP), 7 de junho de 2011.
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Soneto feito em conjunto com outro soneto publicado ontem no Recanto intitulado Tempus Fugit II.