SEM SENTIDO

Por que fui entregar-te os meus sentidos?

São todos teus, ó meu aflito alento!

Ao ver-te os cheiros, toco em teus gemidos...

Eu ouço o teu sabor macio ao vento...

Por que fui entregar-te os meus sentidos?

Meus rumos, direções, discernimento!

Ao procurar em ti meus sóis perdidos,

mergulho em desvairado encantamento!

Sequer mover-me posso sem teu mundo!

Retiro do teu cerne, o mais profundo,

a minha vida, atada ao teu fulgor!

Ora, aturdido, sangro em teu domínio,

pois queres ir, cravar meu extermínio.

Não há, sem ti, nenhum sentido, amor!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 06/06/2011
Código do texto: T3018479
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