VÁCUO
Momentos em que alma vive estranha,
aqueles sem o som de um mar de rosas,
distante de outras horas venturosas;
momentos em que luta, perde, apanha.
Desastres naturais – porque curiosas
são sempre as situações em que se acanha,
enquanto o vergonhoso da façanha,
resvala da poesia para a prosa.
É vácuo, tão feroz em seu abalo,
a força deste embate, enquanto calo
o espanto de viver sem esperança.
É, sim, um vento frio. Ele resseca
os olhos que se voltam para Meca.
A alma, mesmo morta, não descansa.
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