BEIJO ROUBADO
Se uma vez, sereia, te beijei sem perceber
Que mergulhava num tufão grávido de luz,
Onde o universo e o que há nele se reduz,
Numa só palavra e num corpo de mulher;
Se uma vez, naiáde, da tua boca medicinal
Bebi sem gratidão, dela saindo embriagado.
E fui, sem levar memória do beijo roubado,
Por ter pensado que toda fonte fosse igual;
Se uma vez, jandaíra, provei teu mel absoluto,
Sem saber que jamais encontraria paridade
E fui embora buscando o doce de outro favo;
Perdoa meu coração inconstante e irresoluto
Pois na minha procura infantil por variedade
Não me dei conta que sempre fui o teu escravo.
Se uma vez, sereia, te beijei sem perceber
Que mergulhava num tufão grávido de luz,
Onde o universo e o que há nele se reduz,
Numa só palavra e num corpo de mulher;
Se uma vez, naiáde, da tua boca medicinal
Bebi sem gratidão, dela saindo embriagado.
E fui, sem levar memória do beijo roubado,
Por ter pensado que toda fonte fosse igual;
Se uma vez, jandaíra, provei teu mel absoluto,
Sem saber que jamais encontraria paridade
E fui embora buscando o doce de outro favo;
Perdoa meu coração inconstante e irresoluto
Pois na minha procura infantil por variedade
Não me dei conta que sempre fui o teu escravo.