A NOITE FRIA DESCE

A noite fria desce num silente obscuro,

Estronda o vazio como a concha rugindo,

As estrelas coniventes deste céu infindo

Que me oculta, sem dó, torvo futuro.

Inda flébil o coração doa-se saudoso

A esta vastidão em que um silêncio soa,

Tantos rútilos constelares zumbindo à toa,

E sinto o vento que me vem fragoso.

Espero o cantilar das noites charmeiras

Como que aguardando o afável retorno

Do farfalhar das altas tamareiras.

Mas a noite em festa pelo seu contorno

Com manto negro esparso de fimbrias rasteiras,

As longinquas estrelas, no céu um adorno.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 01/06/2011
Reeditado em 07/01/2013
Código do texto: T3008690
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