Eternamente

A vida se partiu, fez-se em escombros

O céu se torna turvo é só neblina

Nada do que se diga ou se imagina

Agora vale mais que simples ombros

Aonde por a dor que desatina

Pior que a que se tem em graves tombos

Deixando a alma afeita de calombos

Sem ter qualquer remédio a medicina.

E triste ver partir nossos amados

E ter que dar razão para o destino

Por ter chegado à hora tão temida

Quisera Deus tirá-los dessa vida

Deixando essa saudade como ensino

Que em nós eles estão eternizados.

Poema dedicado a alguns amigos que se foram, mas, que levam o meu carinho eterno.

É sempre uma honra recebê-lo aqui no meu recanto Mario. Obrigada sempre.

A dor da perda é qual faca afiada,

Que fere, corta e marca a própria alma,

Sem ter aquele alento que a acalma,

Posto que o coração não vê mais nada.

Tal sofrimento não nos cobre a talma

D'uma consolação que, se tentada,

Não vê a esperança acalentada

Surtir efeito e o verso que se espalma

Jamais há de lograr o seu objeto

De ensinar à pobre espécie humana

O que requer uma sabedoria

Inexistente, ante a voz tão fria

Do fado - e o chamamento não se engana,

Mas fica vivo em nós o ser dileto.

(Mario Roberto Guimarães)