RETRATOS DE UMA RUA
Odir, de passagem


Uma rua que vai pra todo lado,
com chão de barro cheio de batente,
casas de papelão, de compensado,
de pau-a-pique ou pedras tendo a frente.

Parecendo perdida no passado
ou do passado alguma estória ausente,
ela se faz de morta no molhado
que mostra o morro um mundo malquerente.

É madrugada. A chuva intermitente
abre caminhos curvos na descida,
cavando catacumbas, conivente

com os rumos da lama ensandecida
que, casa a casa, vai comendo gente,
de sua gente devorando a vida!

JPessoa/PB
30.05.2011

30.05.20
oklima
Enviado por oklima em 30/05/2011
Código do texto: T3003316
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