TEU ROSTO
Busquei pelas janelas alvas, o teu rosto,
Teu olhar oblíquo de serenas ternuras
Assim, como eu sempre havia proposto:
Sem máculas, sem risos, sem torturas
Busquei nas águas prateadas dos rios,
A imagem de tua face em terna candura
Sentindo teu toque em fugazes arrepios,
Sentindo a minha alma à tua leda procura
E antes mesmo que eu pudesse entendê-la,
Pude, num espelho lúdico, ao certo, vê-la
A brilhar o olhar para mim, raios luzidios
Desviei minha face em inesperada surpresa
E com toda cautela e com toda destreza,
Fugi de mim mesma em silentes calafrios...