Incerteza humana (Montenegrino)

O homem marcha enfim da agonia da solitide,

Sua atitude demonstra que o saber é quase nada,

A malfadada erva daninha há teima e pecado,

Um fado de acordes vagos de tristonhas rimas.

Rimas de paixão profunda pela sua própria vida,

Dividida em pólos de enigmática ânsia de poder,

Deixando arder no peito a chama do sofrimento,

Em momentos de insensatez e amargo desprazer

No sofrer vai marchando em dias de cruel realidade,

Numa fatalidade que o faz rir e chorar de infelicidade

Sem verdade do Cristo,ele desconhece seu próprio ser.

No desprazer avança, por fim, dias incertos sem a luz,

Como Jesus que carregou da via dolorosa ao calvário,

Em páreo por certo ele caminha também com sua cruz.