NINGUÉM CALA...
Ninguém cala a voz de um poeta,
Que faz da poesia a própria graça;
Até na rima por mais indiscreta,
Não há quem possa colocar mordaça.
Há nos seus versos algo de profeta,
Falando de esperança ou de desgraça
E, em cada verso que ele projeta,
Há uma dor de amor que nunca passa.
Na poesia é a sua própria alma fala
E a voz da sua alma ninguém cala.
E quem há de calar a sua dor?
Ao coração não há que ponha algemas
E, enquanto dele fluírem poemas,
Ninguém pode calar a voz do amor!