FERA ENJAULADA
Odir, de passagem
Do tempo já não sei, além de mim.
A visão que me vem é censurada
entre as medidas de começo e fim,
contadas do que fui até ser nada.
O que fui não sei mais, nem de onde vim.
Eu só sei de minh’alma enclausurada
à fera do que sou, ao ser ruim
resultante do amor, que me degrada!
Despedido do dom d’algum enlevo,
verberado do verso que se extrema,
eu vivo a crença que viver não devo!
Aos desamores preso por algema,
fera enjaulada, por minh’alma escrevo
de meu corpo o que cabe num poema!
JPessoa, 27.05.2011
oklima
Odir, de passagem
Do tempo já não sei, além de mim.
A visão que me vem é censurada
entre as medidas de começo e fim,
contadas do que fui até ser nada.
O que fui não sei mais, nem de onde vim.
Eu só sei de minh’alma enclausurada
à fera do que sou, ao ser ruim
resultante do amor, que me degrada!
Despedido do dom d’algum enlevo,
verberado do verso que se extrema,
eu vivo a crença que viver não devo!
Aos desamores preso por algema,
fera enjaulada, por minh’alma escrevo
de meu corpo o que cabe num poema!
JPessoa, 27.05.2011
oklima