A Noz
Eu muito precisei ouvir a tua voz...
Mas no meu ouvido apenas sussurrou.
Acho que não sabes ao certo quem eu sou,
Você aí e eu cá, mas eu preciso de nós.
Diz-me, porque agora estamos sós?
Ligeiro como um raio, mas será que já piscou?
Como o fruto seco de uma só semente, a noz.
Lembro-me do olhar de quando me olhou...
Mas renasce em mim marcas e feridas.
Quando te vejo nascer em outra horta.
E brotando, adentra no meu coração partido,
Entrando pelas veias sem achar saídas.
Fazendo-me sentir uma dor que ninguém suporta.
Pois a paciência às vezes é meu sentido.