ETERNIDADE

Teu rosto no vitral, a chuva e a luz

que escorrem lentamente dos meus olhos

ganham a eternidade nos refolhos

destes versos, desesperadamente, azuis.

Nos vitrais, muito embora, embaçados

vê-se ainda o contorno do teu rosto,

é urgente o sorriso anteposto

rente aos teus olhos desolados.

Nas linhas arqueadas destes versos

ponho lume e pedra, cataclismo;

tenho subjúdice o histerismo

com o qual me diluo e me disperso;

entretanto, vou ter sempre em mim imerso

o teu rosto inteiriço de lirismo.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 01/07/2005
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