ETERNIDADE
Teu rosto no vitral, a chuva e a luz
que escorrem lentamente dos meus olhos
ganham a eternidade nos refolhos
destes versos, desesperadamente, azuis.
Nos vitrais, muito embora, embaçados
vê-se ainda o contorno do teu rosto,
é urgente o sorriso anteposto
rente aos teus olhos desolados.
Nas linhas arqueadas destes versos
ponho lume e pedra, cataclismo;
tenho subjúdice o histerismo
com o qual me diluo e me disperso;
entretanto, vou ter sempre em mim imerso
o teu rosto inteiriço de lirismo.