ESTRELA CADENTE¹ [CCXC]

Um ‘sex symbol’, atriz das muito festejadas,

com Palma d’Ouro, prêmio nobre do cinema,

Norma Bengell², nos dias atuais, é trema

que faz papel de normas idas e passadas.

Mulher tão sensual, estrela e, pois, poema,

em telas brasileiras foi das mais prendadas;

diva no Festival de Cannes, mas vedadas

dela as contas bancárias – sina que blasfema!

Em casa sem reais, no ocaso e já velhinha,

essa atriz consagrada nem sequer caminha

– porta no corpo e n’alma só lesões imensas.

Sem meios, sem saúde, sonha, até passeia:

‘inda quer dirigir seus filmes, pois tem veia,

mesmo sobrevivendo d’outros às expensas.

Fort., 27/05/2011.

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(¹) Soneto desentranhado da reportagem “O

ocaso da estrela”, de Francisco Alves Filho,

publicada na revista ISTOÉ, 25/MAI/2011,

Nº 2167, pp. 66-7.

(²) Bengell, com sessenta fitas na bagagem,

fez obras de sucesso, no cinema nacional,

como “O pagador de promessas”, “Os cafa-

jestes” e “A idade da terra”.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 27/05/2011
Reeditado em 27/05/2011
Código do texto: T2996721
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