Murmúrio do mar.
Fim de tarde outonal em Iguaba Grande, Rio de Janeiro.
Foto: Ana Flor do Lácio
ONDE FOI QUE EU ERREI
Houve um tempo em que os meus cabelos
Eram pretos e a pele aveludada
Mãos e braços eram muito mais esbeltos
Colhia orvalho em cada madrugada.
A juventude era minha companhia,
Os caminhos eu sei que nunca atalhei
Na minha mesa não faltava alegria.
Fugi da dúvida, à mentira me furtei.
Escolhi meu jardim, cuidei minhas flores
Escrevi meus livros, honrei meus amores,
Por minha vontade nunca alguém pisei.
Vem agora o mundo e sua falsidade
Querer dizer-me onde foi que eu errei
Por força do meu desejo e vontade…
(Interação ao belíssimo conto MEU CAMINHAR É VAZIO
do brilhante poeta Miguel Jacó)
Ana Flor do Lácio (25/05/2011)