Epitáfio do amor
A Arte da viajosidade anuncia: o amor de Camões veio a óbito. Mas deixou o seguinte epitáfio.
Epitáfio do amor
Amor é fogo que arde e sim, se vê
Era antes verdadeiro e agora mente
Se antes alegre, agora anda doente
Em casa nova não pode sobreviver
O amor-tudo pode ser um amor único
Em unidade ama a todos e a nada
Há muito tempo não é mais conto de fada
E em desgraça entristece até o lúdico
Ao que é preso ao perder a compostura,
A este servo da maldita escravatura,
nem solidão nem desgraça em companhia.
No epitáfio de sua morta melodia
Não há festa, nem apreço nem ternura.
O pó lhe resta, como diz a escritura.
Dija Darkdija in A Arte da viajosidade (http://dijadarkdija.blogspot.com)