ESPERANÇA MORTA

NO VIDRO EMBAÇADO DA MINHA JANELA

COMEÇAM ESCORRER PEQUENAS GOTAS

E POR ENTRE AS VELHAS CORTINAS ROTAS,

VEJO REFLEXOS VINDOS DE LUZ DE VELA.

AQUI, ESPERO PELAS DESCULPAS MAROTAS,

QUE ELA ENGENDRA DE FORMA TÃO SINGELA,

TRADUZINDO A SUA GRAÇA, O JEITO DELA,

QUE IMITA, COM INTERESSE, OUTRAS GAROTAS,

NESTE AMBIENTE FRIO, ÚMIDO E FARTO,

LÁGRIMAS QUENTES ME ESCORREM PELO ROSTO,

NA BOCA, RELEMBRO SEUS BEIJOS PELO GOSTO.

E O DESEJO DE TÊ-LA NESTE QUARTO,

RENOVA-SE COM A ABERTURA DE UMA PORTA,

ENTRA O VENTO GÉLIDO, E A ESPERANÇA É MORTA.

Joanilson
Enviado por Joanilson em 25/05/2011
Reeditado em 10/06/2020
Código do texto: T2993507
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