ESPERANÇA MORTA
NO VIDRO EMBAÇADO DA MINHA JANELA
COMEÇAM ESCORRER PEQUENAS GOTAS
E POR ENTRE AS VELHAS CORTINAS ROTAS,
VEJO REFLEXOS VINDOS DE LUZ DE VELA.
AQUI, ESPERO PELAS DESCULPAS MAROTAS,
QUE ELA ENGENDRA DE FORMA TÃO SINGELA,
TRADUZINDO A SUA GRAÇA, O JEITO DELA,
QUE IMITA, COM INTERESSE, OUTRAS GAROTAS,
NESTE AMBIENTE FRIO, ÚMIDO E FARTO,
LÁGRIMAS QUENTES ME ESCORREM PELO ROSTO,
NA BOCA, RELEMBRO SEUS BEIJOS PELO GOSTO.
E O DESEJO DE TÊ-LA NESTE QUARTO,
RENOVA-SE COM A ABERTURA DE UMA PORTA,
ENTRA O VENTO GÉLIDO, E A ESPERANÇA É MORTA.