Soneto da patativa
A patativa canta pela mata.
Não sabia o que significava.
Pensei ser nome de pessoa chata.
E o passarinho sempre me avuava.
Achei que era nome de cidade.
Um lugar ermo, algo bem matreiro.
O passarinho, com vivacidade,
Cantava alto: sou como um coleiro.
Era pequena, bela e graciosa.
De pata, nada tinha a pobre ave.
Ciscando e cantando melodiosa
Riscando o céu, pousando aqui na trave.
Ninguém te cuida, cinzenta esperta
Que não me vês em minha descoberta.