Soneto da patativa

A patativa canta pela mata.

Não sabia o que significava.

Pensei ser nome de pessoa chata.

E o passarinho sempre me avuava.

Achei que era nome de cidade.

Um lugar ermo, algo bem matreiro.

O passarinho, com vivacidade,

Cantava alto: sou como um coleiro.

Era pequena, bela e graciosa.

De pata, nada tinha a pobre ave.

Ciscando e cantando melodiosa

Riscando o céu, pousando aqui na trave.

Ninguém te cuida, cinzenta esperta

Que não me vês em minha descoberta.

Paulo Fernando Pinheiro
Enviado por Paulo Fernando Pinheiro em 25/05/2011
Reeditado em 26/08/2011
Código do texto: T2993144
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