LENHO ARDIDO
Pra aonde foi o fogo intenso da libido,
A fúria ardil dos dezoito em esbanjamento,
Por que as pernas tremem outro sentimento,
O grito é brando, traz mais dor do que gemido?
Se a massa cinza é mais alva a cada dia
E a paixão num só olhar se faz ardente,
O corpo queima, feito brasa permanente,
Mas há uma parte que aos poucos se atrofia.
Nos meus domingos, pelos catres que eu deitei,
Das vezes tantas, sobras, por que não guardei
Afim de suprir essa privação tamanha?
Fugiu de mim o tempo prenhe de apetite;
Qual Afrodite anuirá ao meu convite
Para alastrar o fogo que inda me assanha?