VERMES
Devoram vísceras famélicas amebas
de aleivosias e torpezas dos humanos.
E se aniquilam por tesouros, posses, glebas,
uns sobre os outros, vão, se engolem vis, insanos.
Espécie humana, seus detritos crus, seus sebos,
viscosidades que enodoam mundo em danos...
Ante as fortunas, tal primatas, doidos cebos,
gritam, se mordem a domarem os mais lhanos.
E são capazes, esses vermes da ambição,
de até comer dejetos, fezes, boca ao chão,
por um dinheiro a mais, vorazes oxiúros.
Biltres, abutres, que só vivem por cifrões
das falcatruas que se fartam nos porões
onde demônios amordaçam os futuros.