Soneto Para a Loucura
Minha insanidade por entre teus passos anda solta
Usando sobre sua pele a própria razão como roupa
Contida em cantos e recantos anda porém ela
Guardando risos mordazes na garganta rouca
E fala com a clareza como se a lucidez fosse
Com um discurso sóbrio que sempre convence
Há entretanto, em teu seio uma incontida mentira
De palavras sonoramente dubias e tom eloquente
Sente e olha com tão doces olhos de paz
Que ninguém em são concenso afirmará
Quão sentida incoerência tal olhar traz
Cinéfilo e também ator da própria vida a encenar
Por entre passos e pessoas caminhando a esmo
Em nenhures, constante busca, uma cura desvendar