Contrição.
Desejar e viver o revés desta calma
Renascer pela dor que sustenta mil mundos
Desejar e doer nos abismos mais fundos
Uma queda sem fim pelas fibras do trauma.
O desejo senil desistiu destas almas
Sinta a dor contumaz duplicar num segundo
E o desejo quer mais que o prazer oriundo;
Quer um cravo gentil espetado na palma.
Nada mais restará na memória dos restos
Só a dor vingará na distância dos rastos
O desejo sem paz no conflito dos gestos
Quer a dor mais feroz na abundância dos pastos
Quer viver no prazer toda culpa do incesto
Pela dor resistir a latência dos castos.