I Z A B E L
IZABEL
De súbito em mim foi desperta a empolgação
há muito recolhida ao leito penitente.
De um coma induzido foi voar livremente
por mundos, há muito, baldados de emoção.
Seria, acaso, da doce fada o repente
que dum hausto avivou o fogo da paixão?
Ou é falso esse alarme – tolo fogo padrão,
que os sentidos sugerem ao corpo carente?
Um olhar luzente; lábios da cor carmim;
corpo mimoso, torneado, tudo enfim,
instalaram na mente carinho e atração.
Há, porém, na Izabel diferenciais censores:
mente aberta, fértil, sua arte, são valores;
trazem leve a alma e aquecem o coração.
Reescrito para reedição.
Qualquer semelhança é mera coincidência.
Izabel é apenas uma amiga muito querida.
Afonso Martini
200511