SONETO DE UM INVERNO ANTECIPADO
De todos os sentimentos possíveis
Ao homem experimentar eu tive -
De amores a desejos impossíveis
De se explicar - no peito. E retive
Dos mais caros e belos, os mais caros
E belos - por que não? - e mais sagrados;
Dos mais infames (e atés dos mais raros),
Amargos, vis e menos cobiçados.
Tu, que me lês, talvez mo ofrecerias
O mais nobre - o enlevo - o que tens ora.
Mas, se eu disser-te qual eu sinto agora,
Terias pena, não me invejarias.
Pois, por sofrer tanta desilusão,
Lamento, sem retorno: É tudo em vão...