Alma Insensata

Oh alma minha insensata porque pranteias
Percebas que sentenciastes   louco desatino
Entre as portas cerradas de tua intolerância
Pensastes que o amor resistiria a ignorância
 
Corredores soturnos onde habitam as trevas
Horripilantes pedem seus inseguros passos
Fracassos somados à desistência dos sonhos
Arrastam  impiedosos o teu viver tristonho
 
Circundada estás  nos  profundos lamentos  
Para ti abrem-se somente tumbas de barro
Onde outrora o viver floria em formoso jarro
 
Fostes prematura em festejar súbita partida
Tanto que hoje amargas em dores   perdida
Trágico  domínio,  assustadora melancolia  
 (Ana Stoppa)
 
 

Agradeó a majestosa interação do querido
Mestre Jacó Filho

ALMA EM APUROS 

Sua luz é inconfundível e o seu saber inegável
Ela sabe o que precisa, pede e grita como pode,
Ao corpo que a contém, sentimento que explode
Corpo e alma não se entendem, convívio inviável

O mundo cobra sucesso, alma, essência da vida
O corpo levanta as cinco e leva a alma dormindo
Fez engenharia elétrica, mas no fundo se ferindo
No trabalho é perfeito, só a alegria está perdida

Essa alma que chora nesse corpo bem sucedido,
Voltou a terra para uma vida simples e diferente,
E interfere no físico, que percebe e não consente

Como se fosse pouco lhe surge um bom partido
Casam, mas as almas não se bicam plenamente
E choram abandonadas, sentindo-se impotentes
(Jacó Filho)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 20/05/2011
Reeditado em 21/05/2011
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