PORTO DA SAUDADE

Ainda me lembro bem... Olhei-a longamente

Aspirando inda uma vez o doce perfume

Que exalava dos cabelos, cujo volume,

Em parte, recobria seu colo resplendente!

Ela dormia qual virgem pura, indiferente

Ao divino corpo à mostra; da base ao cume!

E os seus cabelos, tinham da noite o negrume,

A contrastarem com a pele alvinitente!

Se o tempo è passado a memória inda è presente,

Pois sempre os vejo balançando ao salvo vento

Na tarde ornada de dourada claridade!

Ah! Eu me lembro bem... Olhei-a longamente,

Mas embarquei na ingrata nau do fingimento

Para atracar no amargo porto da saudade!

Mid: Caminhmeos

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 19/05/2011
Reeditado em 20/05/2011
Código do texto: T2980799
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.