PORTO DA SAUDADE
Ainda me lembro bem... Olhei-a longamente
Aspirando inda uma vez o doce perfume
Que exalava dos cabelos, cujo volume,
Em parte, recobria seu colo resplendente!
Ela dormia qual virgem pura, indiferente
Ao divino corpo à mostra; da base ao cume!
E os seus cabelos, tinham da noite o negrume,
A contrastarem com a pele alvinitente!
Se o tempo è passado a memória inda è presente,
Pois sempre os vejo balançando ao salvo vento
Na tarde ornada de dourada claridade!
Ah! Eu me lembro bem... Olhei-a longamente,
Mas embarquei na ingrata nau do fingimento
Para atracar no amargo porto da saudade!
Mid: Caminhmeos