QUIMERAS

 

 

De tudo o que sonhei eram quimeras

Que em meu peito havia acumulado

Fechou-se então a porta do passado

E todas as lembranças de outras eras...

 

Aquela loucura que destempera

Há tempos está em baú trancado

A sete chaves - eu tenho guardado

Comigo, todas as dores, deveras!

 

Não existe ferida que não sara...

Nem o pranto que cega e desampara

Há de abrir as chagas novamente.

 

Conquanto eu esteja cara a cara

Com o louco desejo que escancara

Essa paixão, assustadoramente!

 

(Milla Pereira)