BUSCA INCESSANTE

BUSCA INCESSANTE

Quando o sol se reclina, cansado, em seu leito,

é bela sua última luz, tão flamante,

lembro de ti, tua aura que vejo mui distante,

que me gera saudades doridas no peito.

O sol, sei, desponta n’outro dia, brilhante,

cumpre sua saga, com seu calor e efeito,

mas tu, meu amor, sequer dás-me o divo direito

do olor dos teus cabelos, doce e meiga amante.

É triste a vida nesta sublime agonia,

sem viver o amor que acordaste em mim um dia;

em sonhos procuro nos vales e entre montes.

Minha alma exulta, porém, se a busca descarta;

quando farejo o odor do teu corpo em noite alta,

ou te encontro no canto da água das fontes.

Afonso Martini

170511

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 18/05/2011
Reeditado em 18/05/2011
Código do texto: T2977231
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