AOS PÉS DO AMOR...
Ai, vida, nebulosa e fatigante,
Que me cobre d’agudas dores, mágoas,
Que verte em minh’alma estas águas,
Tão cheias de amargores, incessantes!....
Quisera ser poeta, em rompante,
Descalço, a pisar nas poesias,
Dependurando nelas os meus dias,
Nestes passos, tão rasos, ofegantes...
Ai, ai! Que ermo em mim! Que revelia!...
Não sei mais escrever a alegria;
Da minha densa pena, só cai a dor!...
Ah, porque fui amar, em demasia?
Ai, que triste de mim!!! Oh, profecia,
Morrer, sem ser poeta, aos pés do amor!!!
Aarão Filho.
São Luís-Ma, 17 de maio de 2011