DESTINO
D E S T I N O
enquanto em cismas me detenho, a vida gira,
em cambalhotas de sonhos reais se desnuda.
em circunstância adversa meu sonho transmuda,
se atento estou ou quando me distraio na mira.
dá-se ao fado a culpa quando uma ideia muda;
faz-se uso do “talvez”, ou da própria mentira;
talvez, ainda, até quem sabe, ao nada transfira.
toda uma carga que em nossas costas se gruda.
são meras conjeturas humanas e a crença;
sorte lançada: a sina faz a diferença;
não adianta remar contra as correntezas.
não crê o homem, tudo o que ele faz é seu destino?
se fez as coisas erradas desde menino,
é hora já de responder por suas vilezas.
Afonso Martini
160511