NÃO CONSIGO
Não consigo negar que te amo,
Nem te esquecer longe da vida;
Assim levando, soluçando, reclamando,
Olhos lacrimejando sob a pele encardida.
Não consigo esconder essa amargura
Que mingua meus sonhos, toma meu chão,
Joga-me pelos cantos, desertou-me da ventura,
Despiu minha alma, feriu meu coração.
Não consigo acalmar meus dias ociosos
Onde tudo me foge, deixa-me sem ação,
Aprisionada no descabido canto dos saudosos.
Não consigo retornar a bela sociedade.
A ficha me cai a todos instantes no dizer -vão-
Tu estarás eternamente comigo: sou a saudade...
DIONÉA FRAGOSO