A separação

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E, de repente, surge a triste diáspora.

Desarrumando tudo, qual vulcão;

querendo impor-se vil, tirana, déspota;

separa corpos, fulminante: não!

Se existiu um fim, houve começo, claro!

Mas os antípodas não devem ser

o derradeiro porto, que fazer?

Navegar, crendo existir amparo...

Falta-me chão e, no abismo, busco paz.

Desistir, diz? Calo-me, posso? Deus!

Dói tudo dentro, foi dito adeus...

Que lancinante dor me aflige, Pai!

O tempo plúmbeo traduz tudo e traz

torrente chuva que, banhando-me, cai.

Crato-CE, 15 de maio de 2011.

09h33min

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 15/05/2011
Reeditado em 05/03/2012
Código do texto: T2971496
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