O DIA DE HOJE
E ao fitar o céu nesta fúlgida manhã
Em que as alvas nuvens enfileiradas,
Brancas angélicas, tornara uma só irmã,
Ao ficarem todas assim agromeradas.
Como uma serra branca no alto céu
Que se reclina, ignavo, nela o flavo sol,
Ao esconder sua face como véu
E enrolar-se o seu corpo alvo lençol.
Mas logo sai a tíbia luz fulgente da aurora
Aquecendo a terra neste dia outonal
E das nuvens, a dantesca estrela revigora.
Vagarosamente vem o dia se expandindo
No pulsar das horas degrau por degrau
Até que venha a noite nos sorrindo.
(YEHORAM)