Separação
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E, de repente, surge a triste diáspora.
Desarrumando tudo, qual vulcão;
querendo impor-se vil, tirana, déspota;
separa corpos, fulminante: não!
Se existiu um fim, houve começo, claro!
Mas os antípodas não devem ser
o derradeiro porto, que fazer?
Navegar, crendo existir amparo?
Falta-me chão e, no abismo, busco paz.
Desistir, diz? Calo-me, posso? Deus!
Dói tudo dentro, foi dito adeus...
Que lancinante dor me aflige, Pai!
O tempo plúmbeo traduz tudo e traz
torrente chuva que, banhando-me, cai.
Crato-CE, 15 de maio de 2011.
09h33min