VENTOS DE AMORES

VENTOS DE AMORES

Os ventos que trazem meus grandes amores...

Os mesmos que varrem as minhas vaidades

tornadas poeira girando aos vapores

de esparsas promessas e velhas verdades.

E acolho, em cuidado total, veleidades

alheias, estranhas a meus resplendores,

opostas a minhas despidas vontades,

antigos projetos e próprios valores.

Os ventos violentos penetram-me o imo

e o beijam afoitos e lambem meu limo,

deixando à mercê de seus quês meus alentos.

Ah, ventos que vêm com seus beijos... Eu amo!

Mas logo se vão e não voltam, se chamo.

E murcho me prostro a esperar outros ventos.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 15/05/2011
Reeditado em 18/04/2017
Código do texto: T2971009
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