SONETO DA CONDENAÇÃO
Impaciente à sombra de um veredito
Vagueio e sofro vida afora
Tão triste me escondendo pelos cantos
Beijando sua foto toda hora
Deixo a porta da sala sempre aberta
Já não durmo esperando sua vinda
A saudade corroendo e na lembrança
Seus afagos e sussurros guardo ainda
Condenado, reduzido a quase nada
Vou arrastando o que me resta dessa vida
Sempre atado à chama que outrora ardia
Mas por certo a sentença já foi dada
E assinada no momento da partida
Já não vivo, morro um pouco a cada dia
Saulo Campos
Itabira MG