Para uma amiga ausente

Quando te achavas perto do poeta,

Lembras os versos (pobres) que eu fazia?

E tantos eram eles, num só dia,

Porquanto a inspiração estava alerta.

Fazendo o vate cada descoberta,

Em versos te contava o que sentia,

Se vinha da tristeza ou da alegria.

Contigo ele trazia a alma aberta.

Hoje, não te vê – súbito partiste –

Definha-se o poeta, assim tão triste,

E quem já o conhece então que o diga.

Distante pedes versos...De que jeito?

Se a única razão de eu tê-los feito

Era a tua presença aqui, amiga.

Gerson Silvestre
Enviado por Gerson Silvestre em 13/05/2011
Reeditado em 19/09/2022
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