Para uma amiga ausente
Quando te achavas perto do poeta,
Lembras os versos (pobres) que eu fazia?
E tantos eram eles, num só dia,
Porquanto a inspiração estava alerta.
Fazendo o vate cada descoberta,
Em versos te contava o que sentia,
Se vinha da tristeza ou da alegria.
Contigo ele trazia a alma aberta.
Hoje, não te vê – súbito partiste –
Definha-se o poeta, assim tão triste,
E quem já o conhece então que o diga.
Distante pedes versos...De que jeito?
Se a única razão de eu tê-los feito
Era a tua presença aqui, amiga.