SUPLÍCIO DO PRAZER
SUPLÍCIO DO PRAZER
Como fonte fresca corres solta em meu sangue;
Tens cócegas de amor quando quente eu te sinto.
Navego fundo em subterrâneo labirinto,
Sinto-me arder na lama ardente do teu mangue.
Não tem o gosto nem a rudeza do absinto
Nem teus gemidos nem teus ais não me constrangem
Garras afiadas ferem bem fundo o que abrangem,
Amo o suplício do prazer se estou faminto.
Assim há vida paralela nos louvores;
não é plausível só trabalho junto às dores,
E não se acolhe só suplício ou só prazer.
Viver convida a ser vivido em plenitude;
corpo rima os próprias ritmos na juventude,
Neste plano o prazer é do homem e da mulher.
Afonso Martini
130511