ALFORRIA!

Os meus devaneios perfumas, adoças
Fervente desejo se alastra, domina
Persigo no sonho essa boca ferina
Procuro o sabor das carícias tão nossas

Não deixes sedentas de amor belas taças
Permitas que o mel do prazer entre em cena
Não prives de luz e esplendor minha pena
Injusto é manter nestes versos mordaças

Aflige-me tanto esperar outra chance
De ver vicejando o gostoso romance
Repleto de cores, fulgor, alegria

Revolta-se o canto sem ter alimento
Em vão é conter tal impulso... Nem tento!
As letras suplicam sem pejo: "alforria!"