SONETO À SUBLIMAÇÃO
Na côncava alcova do catre em rebuliço
O fogaréu lhe lambia o ventre em veredas,
Abrasou o aceiro que se postava enguiço
E na vertente se aninhou em labaredas.
Sugava da fonte pelo xilema viço,
Os néctares das elegias mais supremas,
Via-se o doce derramar nos seus floemas
Do ardente desejo que se fazia omisso.
Navegou ondas com o leme em desaprumo,
Entre conchas atirou o seu arpoador
Âncora fosse do seu barco já sem rumo.
Um longo silêncio fez calar a parede,
A plenitude rescaldou todo o fulgor,
Nascera a fonte pra matar a sua sede.