O TEMPO DO POETA

O TEMPO DO POETA

No esqueleto do outono desenha-se o inverno

Frio no sul – ameno ao centro – quente ao norte.

Mas o frio para o sulino é seu suporte.

Preferimos tempo ameno ao color do inferno.

Há quem se ressinta do frio intenso – é a morte.

Já tem o outono seu friozinho superno,

mormente em pagos do sul não há frio eterno!

Onde se planta o trigo, o frio é sua sorte.

Os poetas sofrem influências do clima;

mas o sangue que corre nas veias se anima

e chega o outono do corpo, a alma não resfria,

Ela é do tronco vibrante o próprio xilema,

sob lírico floema circula o poema,

... seiva inefável, melíflua – a poesia.

Afonso Martini

110511

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 11/05/2011
Reeditado em 11/05/2011
Código do texto: T2963453
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